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  • Foto do escritorNaiade Bianchi

Uma trajetória do analógico ao digital

No início de minha trajetória tive acesso aos equipamentos do laboratório da faculdade, onde trabalhei por 1 ano. Podia usar teleobjetivas, grandes angulares e a querida e famosa cinquentinha, objetiva de 50mm, também conhecida como "normal" por se aproximar do olho humano e no geral com abertura do diafragma bem maior que as outras objetivas, chegando a 1.8 e até 1.4. Sempre foi minha favorita.

As câmeras de minha faculdade eram Nikons FM2, depois de um tempo consegui comprar pra mim uma Nikon FM usada, que apesar de estar parada há muito tempo, guardo até hoje e nem passa por minha cabeça me desfazer dela. Era o início da década de 2000, a fotografia digital ainda estava nos primórdios, e a fotografia analógica ainda era a mais acessível naquele momento.

E que sorte! Fotografar com filme foi fundamental para formar a fotógrafa que sou hoje. Para fotografar com filme tínhamos ao nosso dispor rolos de 12, 24 ou 36 poses. Era assim que éramos obrigados a aprender a observar a situação, esperar o momento certo. Você não tem cliques infinitos...


Grupo Trama, espetáculo Tabu. Foto feita com a Nikon FM.


Me lembro até de um professor criticar que 36 poses era muita foto e a acabávamos por perder a atenção para aquele momento especial. Acho que ele tinha certa razão. Agora é comum tirarmos centenas de cliques de uma mesma situação e muitas vezes não prestamos mesmo tanta atenção assim ao que está acontecendo em uma cena (você presta atenção a essas situações?).

Porém, eu me formei e perdi o acesso ao laboratório e a fotografia digital passou a ser cada vez mais comum e a analógica cada vez mais cara. Finalmente tive minha oportunidade de comprar uma câmera digital quando a Nikon lançou seu primeiro equipamento "semi-profissional" e de custo mais baixo, a Nikon D70.


Registro de um show do Pato Fu com a Nikon FM.


Pra mim foi um baque transicionar da fotografia analógica para a digital. Eu senti que minhas fotos perderam qualidade, parecia que eu havia ficado menos criativa, eu não conseguia mais fazer as fotos que fazia com a câmera analógica, de apresentações musicais e teatrais, que eram quase sempre feitas à noite e em situações de pouca luz. Confesso que foi meio frustrante naquele momento.

Mais tarde entendi que minha limitação criativa era uma questão de me adaptar, mas também uma limitação de meu equipamento. Eu não estava usando mais as claras objetivas 50 mm, mas sim uma zoom de 18-70 mm, que era bem mais escura, chegando no máximo a uma abertura de 3.5. Nesse tempo ainda tive péssimas experiências de trabalho e estava de saco cheio do peso da câmera, estava perdendo o gosto até. Lembra que eu comentei sobre certos traumas em um post anterior?


Mas a fotografia sempre me coçou e depois de um tempo parada, mas ainda desanimada com o peso de ter que andar com uma câmera pesada, ouvi falar de umas câmeras compactas mas que fotografavam com qualidade. Até que um primo distante que também gostava de fotografia me indicou a Panasonic LX-7, que comprei usada e é a câmera que uso atualmente.

Grupiara, registro feito com a Panasonic LX-7.


É engraçado porque ninguém dá muito por uma câmera portátil, mas com ela voltou meu gosto pela fotografia minha criatividade. Ela tem tudo nos modos manual, automático, prioridade de obturador ou do diafragma. Além disso, alcança iso alto sem perder tanto a qualidade da imagem e oferece uma abertura de diafragma de 1.4. Excelente para fotografar shows como eu gosto e também carregar para viagens e outras situações sem precisar levar tanto peso assim.

Claro que o sensor dela é cropado e traz menos qualidade e outra limitações em relação a câmeras profissionais, mas quer saber? Na fotografia importa muito mais o uso que a fazemos do equipamento do que o equipamento em si. A maior parte das pessoas nem percebe a diferença entre uma boa fotografia feita em equipamentos inferiores e profissionais.


Outro grande aliado para fotografar atualmente são os smartphones que, claro, possuem limitações em relação a equipamentos profissionais, mas também possui grandes vantagens. Com a Samsung S20 FE, por exemplo, eu consigo tirar fotografias noturnas como não conseguia com a minha semi-profissional Nikon D70. Mas não consigo tirar as fotos de apresentações artísticas como a LX7.


Além de ter uma excelente qualidade, um smartphone está sempre nossa mão. Um dos ensaios mais bonitos que já fiz, foi feito com a S20 FE em uma caminhada pela praia.


Na fotografia importa muito mais o uso que fazemos do equipamento do que o equipamento em si.



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